quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

METADE
(Oswaldo Montenegro)

"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca


Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza

Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante


Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento

Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço

E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada

Porque metade de mim é o que penso
E a outra metade um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância

Porque metade de mim é a lembrança do que fui
E a outra metade não sei

Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito

E que o teu silêncio me fale cada vez mais

Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer

Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é a canção

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
"

Escoteiros do Brasil

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Como é que mexe nesse trem?

Vou iniciar uma página na net mas não sei nem por onde começar. Espero que consiga fazer algo e não apanhar tanto.